Microfone aberto
Trocas de impressões marcam o último dia do CONBAlf
Acontece • Segunda-feira, 15 de Julho de 2013, 13:56:00
Após dois dias de intensos debates, exposições, palestras e mesas-redondas, a Plenária Final do I CONBAlf foi realizadada na tarde desta quarta-feira, 10 de julho. Com coordenação da presidente da ABAlf, Maria do Rosário Longo Mortatti, relatoria de Luciana Piccoli, professora da UFRGS, e apoio do doutorando da Unesp, Fernando Rodrigues Oliveira, a mesa fez uma retrospectiva das atividades e algumas considerações finais sobre o evento.
Em sua primeira edição, o Congresso Brasileiro de Alfabetização contabilizou cerca de 556 inscrições. Ao todo foram 560 trabalhos submetidos e 236 trabalhos apresentados - sendo 235 provenientes de todas as regiões do Brasil e 1 do México.
O que diz o educador
Durante a Plenária Final, a coordenação abriu o microfone para que os presentes pudessem expor suas ideias sobre o CONBAlf. Segundo Mortatti, o feedback é um momento de extrema importância: “É um profundo sinal de respeito ao professor que ele seja partícipe do processo decisivo das ações que serão tomadas”.
Além de avaliar a organização do evento e propor encaminhamentos para o próximo ano, muitos participantes aproveitaram o espaço para analisar e questionar a realidade da educação no Brasil. Confira algumas falas:
“Talvez tenhamos que adequar o discurso para chegar até nosso interlocutor”. Leonor Scliar-Cabral, de Florianópolis - SC, sobre a efetividade das práticas atuais de alfabetização.
“Precisamos de uma aproximação real entre a teoria e a prática, a Universidade e as escolas... E isso só pode ser feito se houver mudanças nos materiais didáticos, na metodologia de ensino e até nos próprios cursos de graduação”. Celeste Oliveira, de Manhuaçu - MG, enfatiza a necessidade de um currículo mínimo para os cursos de Pedagogia e Letras.
“Essa superestrutura que avalia e classifica a aprendizagem com prova em cima de prova e que considera os resultados como verdade absoluta exclui muitas pessoas. É uma necessidade repensá-la”. Manoel Teixeira, de Cabo Frio - RJ, critica o sistema avaliativo de notas e médias adotado pelas escolas.
“Assim como o arroz e o feijão precisam de tempo para crescer, o professor também precisa de tempo para se desenvolver. É preciso pensar nesse tempo de formação”. Iracema Nascimento, de São Paulo - SP, sobre as 120 horas por ano previstas pelo PNAIC para a formação do alfabetizador.
Outros temas, como o fechamento de salas de EJA, a valorização do professor e a necessidade de políticas públicas efetivas para a Educação Básica também foram muito citados pelos participantes.
Um ano de ABAlf
Após a plenária final do I CONBAlf, aconteceu a primeira aAAssembleia gGeral da ABAlf. A entidade, que faz aniversário neste mês de julho, apresentou aos mais de 500 associados o relatório anual da diretoria, sua prestação de contas e o parecer do conselho fiscal.
Também foi votado na assembleia o plano de trabalho para o próximo ano, que inclui processo eleitoral para a nova diretoria e a criação de uma revista da ABAlf.